A menina se espirrou. Queria sair de si Pra fugir do coração Se espirrou, se espirrou Até não restar mais nada Além de um pequeno vírus Todos que viram a menina Juraram que este vírus Mortal fatal contagioso Não era nada que não Vingança Se enganaram O vírus que ali vegeta No coração da criança Tem um nome bem mais doce Febril infantil Contagiosa Esperança
O véio da cabana Muleque-levado-bacana Buscando a Borboleta Que nasceu pra voar Desenhando a Fada Que só se deixa sonhar Lá vai o menino Velho americano Em busca de princesas Disperças no ar Pena que elas Quase nunca preferem
O capital marginaliza os marginais Os que tem fome de amor e humanidade Emporcaliza a terra o sangue o ar O que não é de ninguém E de todo mundo Acusa de invasão quem planta o pão E de pirataria os sem "autorização" Arrogantemente se proclama o injustiçado Nomeando desalmados (ou pior) Quem nunca vendeu alma O capital não aprendeu Que ninguém é de ninguém E acredita dono Do que é de todo mundo
Cansada de desencantar O príncipe que nunca vem Ouvindo o não passar Dos rios que rosam bem A menina desborboletou E voou voou além "Fodam-se as fadas":gritou "Que morram todas, amém"
Teamo teamarei teamava. Sei. Sou assssiiim! Só e pronto!! Ela não acreditou. O sol brilhou mais forte, talvez o sangue corria mais. Queria porque queria o Vencedor!! Não. Eu não chorei. Juro que não chorei. Era muito muito cedo. Os olhos verdes partiam. Os lisos cabelos sorriam e eu ali indo embora sem ir. Ficando pra sempre no choro daquela menina... Que foi.
Existem palavras que choram, que riem Palavras que matam e morrem Até palavras que despalavram E silenciam... Palavras gritantes, gestantes de 100 sentidos Palavra menina, palavra idosa Palavra poema, palavra prosa Palavras "corretas" que nos enganam E palavrões que nos inflamam
Mas quando ler minhas palavras Verá que elas são só mais um modo que eu inventei Pra te amar E então você, só você Terá palavras que amam